27/08/2009

Pensar simples ou ter preguiça de pensar


Enquanto tentarmos aplicar a lógica do que é conhecido para tentar entender o desconhecido, ele permanecerá desconhecido.
Bilhões de pessoas viveram neste mundo em que vivemos agora. Incontáveis se depararam com questões como “por que nós estamos aqui?”, “de onde viemos?” ou “o que é a existência?”
Elas aprenderam como contar aos futuros pensadores o que elas descobriram: livros, gravações, ensinamentos a crianças, teorias, escolas, doutrinas e tantas formas quanto a criatividade e a vontade de eternizar-se permitiram.
A pergunta é: por que, então, com todo este conhecimento passado, adicionado ao nosso próprio, nós ainda não somos capazes de ter certeza do que existe por trás do que é chamado de Metafísica? Porque encaremos: não temos certeza. Temos uma opinião, uma fé, uma convicção, mas não temos comprovação, no sentido daquilo que é tão claro que é aceito por praticamente toda a humanidade (como a existência da gravidade, por exemplo).
Meu palpite é que não encontramos a resposta quando temos preguiça de sair do pensamento fácil, disfarçado como "simples". Comparações e generalizações são uma tentadora e perigosa maneira de tentar isso, mas raramente funcionam. Frases de efeito, apelos aos sentimentos mais abstratos e mesmo metáforas são um jeito de fazer alguém pensar de acordo com a intenção do autor, mas não significa que tenha algum valor de verdade.
Muitos estão apenas apaixonados pela lógica simples, como se ela pudesse ser aplicada a tudo. É claro que é mais fácil do que tentar enxergar todos os aspectos de cada fenômeno, respeitando sua lógica e ambiente. Infelizmente - ou felizmente, para os que gostam de desafios - o mais fácil não é sempre o correto. Exemplos simples:
1. Opostos se atraem? Para ímãs; pessoas são muito mais complicadas que isso.
2. Se há um direito, há um esquerdo? Para simetrias. Eu não tenho um coração direito ou um fígado esquerdo.
3. Se há fumaça, há fogo? Existe gelo seco.

É preciso muito mais do que pensar simples para atingir um conhecimento mais profundo. É preciso pensar além, ao lado, atrás, à frente, comparar, realmente checar a validade disso, e muito, muito mais. É tentadora a ideia de que tudo é simples. Pena que não seja verdade. 

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