A partir de sutilezas podemos construir noções, cristalizar valores, educar.
Para além do discurso, as atitudes e escolhas exprimem, dão exemplo e podem, com insistência, transformar ou perpetuar um tipo de pensamento.
E é por isso que temos que ter cuidado ao ouvir uma música e sair cantarolando sem perceber o que estamos fazendo. É por isso que temos que refletir se vale a pena divulgar músicas como a Reinventar, do cantor Belo, que em sua letra inclui a ideia “Atrás de um ditador existe um grande amor”.
Quem aceita e repete esse tipo de alusão?
Quem coloca amor na mesma linha de ditadura?
Diante de inúmeros casos de violência, de um mundo que oferece alternativas várias de relacionamento, autodesenvolvimento, um mundo em que mesmo os menos instruídos encontram em livros de autoajuda noções de autovalorização, achar normal que uma insinuação desta seja escrita, colocada em melodia, ensaiada, repetida e reproduzida é cooptar com a violência.
Rechaço.