Procuram-se pessoas
capazes de argumentar racionalmente, mesmo quando suas vísceras mandam agarrar
o pescoço das outras sem nem saber explicar a origem dessa raiva.
Procuram-se pessoas que
se dispõem a ler um texto que possa enriquecer a conversa, que estão mais
interessadas em evoluir do que em ganhar a discussão, que não recorram à
violência, nem física nem simbólica, para se referir a alguém de quem
discordam.
Procuram-se pessoas
raras, para conversas inteligentes, dispostas a mudar de opinião diante de
argumentos convincentes.
De pessoas donas da
verdade, que se sentem rodeadas por burros porque nem todos têm a mesma opinião
que elas, estamos sobrecarregados.
Procuram-se pessoas
dispostas a pensar para além dos próprios preconceitos, mesmo que ainda não
saibam direito quais eles são.
Procuram-se pessoas que
não têm certeza, que sabem que erram, que discordam, mas que são capazes de
respeitar mesmo assim.
É urgente encontrar pessoas
que aceitam tentar entender o ponto de vista oposto antes de tentar esmagá-los.
Paga-se caro.
Procuram-se pessoas
para conversar em mesas de bar, em casa e em situações em que a conversa flua
para além da tela, que aceita tudo o que dizem sem exigir que vejam os olhos do
outro.