E um dia alguém apresentou-lhe o sol. Você ficou maravilhada
com aquele brilho e beleza. Quis fazer um sol também. Pegou uma tocha dada por
alguém que amava o sol como você e
marchou rumo à construção de uma grande chama, que nos aquecesse mais e iluminasse
mais, por estar mais perto.
E quando a noite chegou, você viu quão importantes eram as
chamas, cada uma delas. E o dia voltou, e a noite, e o dia... E você viu que as
tochas eram tochas e o sol era o sol. Decepcionada pela distância do seu sonho,
esqueceu o valor do fogo e até se acostumou com a noite, sabendo que seria
alternada pelo dia e que você poderia até tirar proveito disso, descansando.
Mas as tochas permaneceram, e você achou bom. Alguém inventou
a luz elétrica e você aproveitou. E de repente você se viu acostumada com a
ideia de que existem noites e dias, tochas e sonhadores e construtores de luz,
e de que o sol é um astro sempre presente na sua vida. Um astro no céu. E você
se viu acostumada com o mundo, sem querer segurar uma tocha, sem querer mudar o
mundo. Sem querer.
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