11/07/2017

Sol

E um dia alguém apresentou-lhe o sol. Você ficou maravilhada com aquele brilho e beleza. Quis fazer um sol também. Pegou uma tocha dada por alguém que amava o sol como você  e marchou rumo à construção de uma grande chama, que nos aquecesse mais e iluminasse mais, por estar mais perto.
E quando a noite chegou, você viu quão importantes eram as chamas, cada uma delas. E o dia voltou, e a noite, e o dia... E você viu que as tochas eram tochas e o sol era o sol. Decepcionada pela distância do seu sonho, esqueceu o valor do fogo e até se acostumou com a noite, sabendo que seria alternada pelo dia e que você poderia até tirar proveito disso, descansando.

Mas as tochas permaneceram, e você achou bom. Alguém inventou a luz elétrica e você aproveitou. E de repente você se viu acostumada com a ideia de que existem noites e dias, tochas e sonhadores e construtores de luz, e de que o sol é um astro sempre presente na sua vida. Um astro no céu. E você se viu acostumada com o mundo, sem querer segurar uma tocha, sem querer mudar o mundo. Sem querer. 

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