Que toda pressão que tenta arruinar a liberdade criativa se
converta em incentivo.
Que todo julgamento se converta em conselho.
Que todo estranhamento se converta em busca por conhecimento.
Que todo medo se converta em atenção; e depois em coragem.
Que toda divergência se converta em dialética.
Que toda agressividade se converta em energia de
transformação.
Que toda angústia se converta em busca por melhoria.
Que toda mágoa se converta em sabedoria.
Que toda pressa se converta em habilidade para agir rápido sem
perder o que há de importante nos meios dos caminhos.
Que toda dúvida se converta em questionamento, reflexão e
descoberta.
Que todo contato com o que já aconteceu se converta em
consciência da nossa posição no espaço, no tempo, na sociedade e na gama de
possibilidades que nos envolve.
Que todo cansaço se converta em ponderação e atenção às nossas
reais condições e disposições.
Que toda autoridade calcada no medo se converta em busca por
respeito.
Que toda decepção se converta na percepção da
imprevisibilidade do mundo e de seus habitantes.
Que toda arrogância se converta em esforço por corresponder
ao que se arroga.
Que toda mentira se converta em exame do caminho que levou a
ela e do caminho que há pela frente, com ou sem ela.
Que toda superficialidade se converta em coragem de viver o
que a essência humana permite.
Que toda crueldade se converta em escrúpulo e coragem para
tornar-se um ser melhor.
Que todo excesso de escrúpulo se converta em liberdade responsável.
Que toda utopia se converta em planejamento e ação.
Que toda ação sem resultado se converta em aprendizado para
nova tentativa.
Que todo enfado se converta em ousadia para mudar.
Que toda dificuldade se converta em aprendizado.
Que todo aprendizado se converta em melhores ações.
Que toda demora se converta em intervalo.
Que toda preguiça se converta em reposição de energia.
Que toda energia se converta em movimento por energia boa.
Que toda palavra se converta em instrumento de comunicação
de mentes ou, ao menos, de enriquecimento de uma vida, de um contexto ou
de um espírito aberto a outro que o provocou.
*Texto introdutório do livro Leite com Soda, que me faz ter certeza de que às vezes precisamos ler o que nós mesmos escrevemos.
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