15/01/2011

Involuída

Minha consciência não dá conta do turbilhão de informações trazidas pelos sentidos.

Eu, ser incompleto, acabo brinquedo do inconsciente, no que lhe atinge despercebido

e passo a vida à mercê de falhas de sistema,

de confusõe

s entr

e o quê é o quê e qual deles faz algum sentido;

vivo uma vida de b

icho involuído,

ancestral de um

a raça sensível,

que vai, talvez, presci

ndir desse inconsciente e dessas palavras difíceis só pra tentar apreender o que fugiu do desenho formado pelo turbilhão de informações inapreensíveis.

4 comentários:

  1. O bicho involuído não seria o "descendente" de uma raça sensível??

    Acho que já enfrentei essa situação que você descreve. Na verdade, a gente enfrenta todo dia, mas alguns episódios na vida são agudamente afetados pela nossa incapacidade de digerir o turbilhão de informações.

    Nos últimos episódios em que sofri por isso, o que me fez atravessar o turbilhão e sair do outro lado, modificado, foi manter bem claro para mim mesmo que ninguém nunca consegue ultrapassar sozinho o limite de sua capacidade de digerir informações.

    Ou seja, se quando me exponho ao turbilhão tudo o que consigo obter é uma digestão parcial de uma parte do fluxo, ora, é disso que sou capaz, e não devo me exasperar por sair desse episódio carregando algo incompleto e/ou desconexo.

    Pelo contrário, me encontro com o turbilhão de informações para:

    1 - me chocar com minha ignorância. Assim não me acomodo com o pouco que já sei.

    2 - ter "noção" do que ocorre.

    É possível criar uma síntese do turbilhão? Não. Precisamos de hipóteses, de perspectivas, e as informações se tornam indícios da verdade ou falsidade dessas hipóteses, mas não há como concatenar tudo o que podemos saber de modo coerente, pois há fontes de informações com objetivos diametralmente opostos, aos quais estamos expostos.

    Ou seja, sempre existirão mídias mentindo a favor dos empregadores e mídias mentindo a favor dos empregados.

    Não há quem tenha a paciência, o tempo e a inteligência para digerir todos os fluxos, para desatar tanto nó, para desvelar tanto interesse oculto.

    Mas a saída não é se desesperar (senti uma nota de desespero no teu poema) e sim aceitar nossa incapacidade, e essa aceitação consiste em usar nossa capacidade de digerir o turbilhão até onde pudermos, e nunca menos.

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  2. Por "informações", pensei em algo bem mais sutil- informações diversas que os sentidos captam em uma caminhada pela Av. Paulista às 12h30, por exemplo. Informações que vão ser jogadas pro inconsciente por não serem passíveis de digestão pelo consciente.

    Ainda assim o que você colocou acrescentou uma visão importante.

    Sobre "involuída", ainda não achei uma palavra boa... Primitiva faz a vez?

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  3. "Informações" e "Involuída" dizem tudo e não dizem nada. O significado das coisas não estão nelas, mas na nossa capacidade de significá-las.

    abreijos,

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  4. Q coisa doida! más um doido até que interessante...

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