Este é mais um e-mail eu recebi todo trabalhado em Power Point, com fotos clássicas de mulheres, no dia 8 de março. Ele foi enviado a mulheres que em meio ao seu trabalho:
Uma mulher:
-Aos 3 anos olha para si mesma, e vê uma rainha.
-Aos 8 anos ela olha para si mesma, e vê a Cinderela.
-Aos 15 anos ela olha para si mesma, e vê uma bruxa e diz: "mãe, eu não posso ir para a escola assim"!
-Aos 20 anos ela olha para si mesma, e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado". Mas decide que vai sair assim mesmo...
-Aos 30 anos ela olha para si mesma, e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado, mas decide que agora não há tempo para consertar essas coisas. Então sai assim mesmo...
-Aos 40 anos ela olha para si mesma, e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado, mas diz: "sou uma boa pessoa" e sai mesmo assim...
-Aos 50 anos ela olha para si mesma, e se vê como é.
Sai e vai para onde bem entender...
-Aos 60 anos ela olha para si mesma, e lembra-se de todas as pessoas que já não podem ver-se ao espelho. Sai de casa e conquista o mundo...
-Aos 70 anos ela olha para si mesma, e vê sabedoria, risos, habilidades...sai para o mundo e aproveita a vida...
-Aos 80 anos ela não se importa muito em olhar para si mesma. Simplesmente pôe um chapéu roxo e vai divertir-se com a vida...
-TALVEZ DEVÊSSEMOS PÔR O CHAPÉU ROXO MAIS CEDO...
A mensagem claramente se propõe a generalizar o comportamento e os pensamentos das mulheres a partir da descrição de “uma mulher”. Feita a indicação, segue afirmando o clássico comportamento de mulher fútil, cuja maior preocupação é a própria beleza, da qual apenas se libertará quando for mais velha e não tiver muito mais o que fazer para mantê-la – nos padrões estéticos lançados pela mídia e reproduzidos por papagaios de cabeleireiro.
Até lá, essa mulher descrita vai ficar tentando se adaptar aos padrões, preocupada com o que vão pensar, gastando dinheiro com rios de cosméticos e alimentando sua insegurança às custas de outras causas que merecem mais atenção.
No final o texto sugere que TALVEZ isso não devesse ser uma preocupação, o que deixa implícito que é.
Felizmente eu conheço muitas mulheres que têm preocupações muito mais relevantes do que essa, não se encaixando na pretensa descrição das mulheres dessa mensagem, no mínimo, anacrônica.
Eu confesso que eu mesma já encarei as mulheres a partir de um padrão como esse, mas ao me deparar com mulheres que pensam, vivem, mudam o mundo e lutam por ideais muito mais nobres do que uma maquiagem perfeita posso dizer: não nos reduzam a isso!
Uma mulher:
-Aos 3 anos olha para si mesma, e vê uma rainha.
-Aos 8 anos ela olha para si mesma, e vê a Cinderela.
-Aos 15 anos ela olha para si mesma, e vê uma bruxa e diz: "mãe, eu não posso ir para a escola assim"!
-Aos 20 anos ela olha para si mesma, e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado". Mas decide que vai sair assim mesmo...
-Aos 30 anos ela olha para si mesma, e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado, mas decide que agora não há tempo para consertar essas coisas. Então sai assim mesmo...
-Aos 40 anos ela olha para si mesma, e se vê "muito gorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado, mas diz: "sou uma boa pessoa" e sai mesmo assim...
-Aos 50 anos ela olha para si mesma, e se vê como é.
Sai e vai para onde bem entender...
-Aos 60 anos ela olha para si mesma, e lembra-se de todas as pessoas que já não podem ver-se ao espelho. Sai de casa e conquista o mundo...
-Aos 70 anos ela olha para si mesma, e vê sabedoria, risos, habilidades...sai para o mundo e aproveita a vida...
-Aos 80 anos ela não se importa muito em olhar para si mesma. Simplesmente pôe um chapéu roxo e vai divertir-se com a vida...
-TALVEZ DEVÊSSEMOS PÔR O CHAPÉU ROXO MAIS CEDO...
A mensagem claramente se propõe a generalizar o comportamento e os pensamentos das mulheres a partir da descrição de “uma mulher”. Feita a indicação, segue afirmando o clássico comportamento de mulher fútil, cuja maior preocupação é a própria beleza, da qual apenas se libertará quando for mais velha e não tiver muito mais o que fazer para mantê-la – nos padrões estéticos lançados pela mídia e reproduzidos por papagaios de cabeleireiro.
Até lá, essa mulher descrita vai ficar tentando se adaptar aos padrões, preocupada com o que vão pensar, gastando dinheiro com rios de cosméticos e alimentando sua insegurança às custas de outras causas que merecem mais atenção.
No final o texto sugere que TALVEZ isso não devesse ser uma preocupação, o que deixa implícito que é.
Felizmente eu conheço muitas mulheres que têm preocupações muito mais relevantes do que essa, não se encaixando na pretensa descrição das mulheres dessa mensagem, no mínimo, anacrônica.
Eu confesso que eu mesma já encarei as mulheres a partir de um padrão como esse, mas ao me deparar com mulheres que pensam, vivem, mudam o mundo e lutam por ideais muito mais nobres do que uma maquiagem perfeita posso dizer: não nos reduzam a isso!
Oi Lu!
ResponderExcluirNotaste que segundo esse powerpoint a auto-imagem das mulheres é derivada exclusivamente da beleza física, até que ela chegue aos 50 anos, quando (suponho) o autor pensa que a falta de beleza física permite que a mulher valorize seu intelecto?
Ou seja, não é que se tenha adquirido sabedoria por seu valor: o que ocorre é que se perde a beleza e então, amargurados, nos refugiamos no intelecto/personalidade/discurso.
Não creio que isto tenha sido escrito por alguém que pensa que toda mulher seja fútil. Penso que foi escrito por uma mulher que é fútil, mas já não tem (ou quase não) juventude, e acredita (erroneamente) que a vida começa aos 50.
A vida começa aos 0 anos. Se ela passou 50 anos olhando no espelho, e agora se desespera ao fazê-lo, que não venha dar lições de sabedoria a quem nem espelhos tem!
Não me entenda mal - todo cultivo do conhecimento é algo bom. Mas me emputece que alguém que cultiva o saber apenas como "passatempo" por não poder mais fazer o que realmente deseja venha nos dizer que esse caminho específico dos fúteis é geral de todos.
Diria mais: quando me emputeço gosto de dizer aquilo que não se quer ouvir. Pois então digo que quem escreveu essa afronta acredita realmente que a preocupação com a beleza não deveria ser uma preocupação, mas não porque concluiu que há coisas infinitamente mais valiosas e importantes do que a aparência física.
Essa pessoa amargurada fala mal da futilidade porque não pode mais ser fútil!
Beijos,
Rê
Essa foi a sensação com que fiquei.
ResponderExcluirTalvez alguma mulher tenha pensado em valorizar mais o "viver" do que o "olhar-se no espelho" pela conclusão de que não será bela pra sempre, mas de fato essa questão precisa ser aprofundada.
O que você acha que influencia mais essa valorização da estética? A ideia de que a mulher foi feita pra conseguir um homem e reproduzir ou a movimentação da indústria da beleza?
Beijo!
Infelizmente a mulher é subrepresentada nos registros históricos - se o homem do povo já é quase ausente, imagine a mulher.
ResponderExcluirMas o que vemos das mulheres ricas da antiguidade até a era moderna - a partir de quando temos registros mais abundantes - mostra essa futilidade, sim.
Isso é devido à propensão espontânea das mulheres? Não o creio. Pense na posição delicada dessas mulheres ociosas, do egito antigo até hoje. Sua sobrevivência depende de serem agradáveis ao seu provedor.
Que isso está sendo economicamente desparecendo, creio que irá tornar culturalmente menos e menos relevante com o tempo. Mas não é do dia para a noite que toda essa mudança cultural vai se dar.
E claro que com toda a "anticultura" sendo alardeada por aí, a coisa fica difícil. Convicção não vende camisa. Creminho contra a luz da lua sim.
Enfim, em resumo: creio que o que mais influencia é a indústria da beleza, mas essa situação tem raízes históricas sim - o que será usado deturpadamente por quem quiser defender a idéia de que é algo espontâneo.
Oi querida,
ResponderExcluirQue analise ótima.
Me entristece ver que ainda temos mulheres com esse tipo de comportamento, que ainda crescem aprendendo a ser exatamente o que acreditam que agrada a sociedade e o mundo masculino.
Ainda temos programaas e revistas adolecentes e, inclusive adultos, que mostram receitas 'maravilhosas' e infalíveis de como ser e o que fazer para agradar aos homens em todos os níveis.
Explicando detalhadamente como ser compreensível, como se comportar, como se vestir, aonde ir, o que fazer na cama, na cozinha, na sala...
É deprimente que em pleno século XXI ainda encontramos mulheres vivendo com metas tão superficiais.
Que dia 8 de março de 2011 possa ser comemorado de uma nova forma e com um novo olhar para nós mulheres que pensamos por nós mesmas, trabalhamos, sobrevivemos, temos sonhos, desejos, acreditamos que a grandeza da alma é o nosso maior terouso. Vamos torcer!
Beijão!
Um texto muito bom sobre esse tipo de representação feminina: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_Canal=53&cod_noticia=12788
ResponderExcluirMisoginia- perceptível no cotidiano:
ResponderExcluirhttp://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI143052-15230,00-AVERSAO+AS+MULHERES.html#